quinta-feira, 17 de junho de 2010
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
O povo gaúcho e suas façanhas
Alocução Cívica da Semana Farroupilha de 2009
O povo gaúcho e suas façanhas
Ircia Bernadete Lassen Petersen
...“Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra”...
Considerando a importância do legado da cultura gaúcha nas suas variadas vertentes, devemos tratar a Semana Farroupilha como um evento histórico e cul destaca “Os farroupilhas e suas façanhas”, com seus nove subtemas cronologicamente elencados a seguir: 1. Invasão de Porto Alegre; 2. O grito de liberdade: Proclamação da República Rio-grandense; 3. Bento Gonçalves foge do Forte do Mar onde se encontrava preso; 4. Os farroupilhas tomam Rio Pardo: Surge o Hino Farroupilha; 5. Forma-se a Marinha Farroupilha: Garibaldi faz a travessia dos lanchões; 6. A República Catarinense: Anita se une a Garibaldi; 7. A República Rio-grandense se estrutura como uma Nação; 8. A Assembléia Constituinte e a 3ª capital; 9. A paz de Poncho Verde; todos esses temas foram instituídos pela Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore e pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, rememorando o decênio farroupilha que vai dos anos de 1835 a 1845.
20 de setembro, data maior do povo gaúcho, feriado estadual, simboliza a data em que teve início a Revolução Farroupilha, que se reverencia até hoje.
Esta Revolução foi a mais importante e significativa revolução na história do Brasil, devido ações corajosas, inventivas e perseverantes que se transformaram em verdadeiras façanhas, comprovadas, pela adoção pelo próprio país, dos ideais farroupilhas 50 anos depois.
Em 1836, os revoltosos proclamaram a República Rio-grandense, assumindo a Presidência da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Bento Gonçalves da Silva um de seus idealizadores, mas devido a sua prisão assume Gomes Jardim.
O que motivou a deflagração da revolução foram o poder centralizado anulando a autonomia das Províncias; dificuldades econômicas na província, pois o charque do Uruguai era mais barato que o produzido no estado; altas taxas de impostos; e o fato dos maiores beneficiados economicamente serem os fazendeiros do centro do país.
O movimento revolucionário era formado pelos pecuaristas e charqueadores, mais tarde entraram na luta a maioria dos gaúchos e os lanceiros negros.
No ano de 1839 os revoltosos liderados por José Garibaldi e Davi Canabarro tomaram o Porto de Laguna em Santa Catarina, era a chamada República Juliana, devido à necessidade de um porto próprio e também de difundir as idéias republicanas. Em novembro do mesmo ano os farrapos foram derrotados pelos imperiais e tiveram que se retirar.
Fez-se a revolução porque os farrapos desejavam ter seus interesses políticos e econômicos respeitados pelo Poder Central.
Na historicidade do povo gaúcho é importante destacar as façanhas em busca dos ideais e não os combates ou as batalhas onde se perderam muitas vidas. De tudo que houve ficaram muitos heróis a serem reverenciados, mas destaca-se no brasão do estado as espadas em homenagem a esses heróis anônimos; também em nossa bandeira está escrito “República Rio-grandense” como referência aos ideais republicanos que aqui surgiram. Além disso temos escrito liberdade, igualdade e humanidade, três grandes princípios norteadores para formação e estruturação que se quer do povo gaúcho.
A luta constante pela posse da terra e a exploração do pampa, através da criação de gado bovino, desenvolveram no povo gaúcho o sentimento nativista, traduzido através do amor pela terra, à pecuária e a vida campeira.
A semente da República está no Rio Grande do Sul, assim como muitas outras boas idéias devido a diversidade cultural que contém o Estado. Da origem espanhola herdamos o vaneirão, o chamamé e a milonga; dos italianos as rendas, o crochê, a gaita e a culinária; dos alemães os bordados, o crivo e as cucas, além de vários instrumentos musicais; dos portugueses as aplicações, o fuxico, o sapato preto com alças para dançar nos fandangos; dos africanos o macramê, colares, brincos, as franjas e as pinturas faciais; dos índios herdamos o chimarrão, as pinturas, os chocalhos e os tambores. Destaca-se que de todas as etnias herdamos música, dança, vestuário e culinária riquíssima e dessa mescla deriva-se o sabor gaúcho.
Gaúcho, mistura de etnias, de temperos, de gostos pela música, pela dança e por toda parte social e cultural da vida, que no linguajar gauchesco, deve-se viver com alegria, paz, harmonia e sabedoria, valorizando o passado histórico, com os olhos voltados para o futuro. No culto as tradições de nossos antepassados reverenciamos as suas maiores façanhas e relembramos saudosos, tudo que nos deixaram de herança, desde os usos e costumes,os utensílios utilizados, o solo bendito e fértil, a ética, a moral e tudo que valorizamos.
O povo gaúcho é marcado pelo espírito hospitaleiro e solidário, povo trabalhador, de garra, força e coragem para empreender, pois foi educado para vencer.
Na vida econômica deste estado destaco a produção agrícola e pecuária inicialmente, como façanha dos nossos antepassados desbravadores e mais recentemente a indústria, o comércio e a prestação de serviços no setor terciário.
A cultura gaúcha deve ser viva, saudável e contínua. Nossa maior façanha está no fato de conseguirmos estar a serviço da dignidade humana, trabalhar a serviço da comunidade ou da irmandade humana, praticando o bem sempre.
Podemos destacar que por pesquisas realizadas, o povo gaúcho é o mais cívico do país, pois aqui sabemos cantar os hinos, interpretar suas letras e também destacar significativamente os valores desta terra nas letras de muitas músicas, principalmente as tradicionalistas.
O Rio Grande do Sul tem atualmente uma posição privilegiada no contexto nacional, com índices elevados de industrialização, mão-de-obra especializada e uma produção versátil, com matéria prima natural transformando mercadorias através da tecnologia. Ainda é considerado o estado com melhor qualidade de vida, devido a longevidade, a alimentação e hábitos saudáveisultural, destacando as “façanhas” deste povo, pela bravura, perseverança, coragem, ousadia e criatividade.
O tema deste ano da Semana Farroupilha em nível de Estado do Rio Grande do Sul destaca “Os farroupilhas e suas façanhas”, com seus nove subtemas cronologicamente elencados a seguir: 1. Invasão de Porto Alegre; 2. O grito de liberdade: Proclamação da República Rio-grandense; 3. Bento Gonçalves foge do Forte do Mar onde se encontrava preso; 4. Os farroupilhas tomam Rio Pardo: Surge o Hino Farroupilha; 5. Forma-se a Marinha Farroupilha: Garibaldi faz a travessia dos lanchões; 6. A República Catarinense: Anita se une a Garibaldi; 7. A República Rio-grandense se estrutura como uma Nação; 8. A Assembléia Constituinte e a 3ª capital; 9. A paz de Poncho Verde; todos esses temas foram instituídos pela Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore e pelo Movimento Tradicionalista Gaúcho, rememorando o decênio farroupilha que vai dos anos de 1835 a 1845.
20 de setembro, data maior do povo gaúcho, feriado estadual, simboliza a data em que teve início a Revolução Farroupilha, que se reverencia até hoje.
Esta Revolução foi a mais importante e significativa revolução na história do Brasil, devido ações corajosas, inventivas e perseverantes que se transformaram em verdadeiras façanhas, comprovadas, pela adoção pelo próprio país, dos ideais farroupilhas 50 anos depois.
Em 1836, os revoltosos proclamaram a República Rio-grandense, assumindo a Presidência da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Bento Gonçalves da Silva um de seus idealizadores, mas devido a sua prisão assume Gomes Jardim.
O que motivou a deflagração da revolução foram o poder centralizado anulando a autonomia das Províncias; dificuldades econômicas na província, pois o charque do Uruguai era mais barato que o produzido no estado; altas taxas de impostos; e o fato dos maiores beneficiados economicamente serem os fazendeiros do centro do país.
O movimento revolucionário era formado pelos pecuaristas e charqueadores, mais tarde entraram na luta a maioria dos gaúchos e os lanceiros negros.
No ano de 1839 os revoltosos liderados por José Garibaldi e Davi Canabarro tomaram o Porto de Laguna em Santa Catarina, era a chamada República Juliana, devido à necessidade de um porto próprio e também de difundir as idéias republicanas. Em novembro do mesmo ano os farrapos foram derrotados pelos imperiais e tiveram que se retirar.
Fez-se a revolução porque os farrapos desejavam ter seus interesses políticos e econômicos respeitados pelo Poder Central.
Na historicidade do povo gaúcho é importante destacar as façanhas em busca dos ideais e não os combates ou as batalhas onde se perderam muitas vidas. De tudo que houve ficaram muitos heróis a serem reverenciados, mas destaca-se no brasão do estado as espadas em homenagem a esses heróis anônimos; também em nossa bandeira está escrito “República Rio-grandense” como referência aos ideais republicanos que aqui surgiram. Além disso temos escrito liberdade, igualdade e humanidade, três grandes princípios norteadores para formação e estruturação que se quer do povo gaúcho.
A luta constante pela posse da terra e a exploração do pampa, através da criação de gado bovino, desenvolveram no povo gaúcho o sentimento nativista, traduzido através do amor pela terra, à pecuária e a vida campeira.
A semente da República está no Rio Grande do Sul, assim como muitas outras boas idéias devido a diversidade cultural que contém o Estado. Da origem espanhola herdamos o vaneirão, o chamamé e a milonga; dos italianos as rendas, o crochê, a gaita e a culinária; dos alemães os bordados, o crivo e as cucas, além de vários instrumentos musicais; dos portugueses as aplicações, o fuxico, o sapato preto com alças para dançar nos fandangos; dos africanos o macramê, colares, brincos, as franjas e as pinturas faciais; dos índios herdamos o chimarrão, as pinturas, os chocalhos e os tambores. Destaca-se que de todas as etnias herdamos música, dança, vestuário e culinária riquíssima e dessa mescla deriva-se o sabor gaúcho.
Gaúcho, mistura de etnias, de temperos, de gostos pela música, pela dança e por toda parte social e cultural da vida, que no linguajar gauchesco, deve-se viver com alegria, paz, harmonia e sabedoria, valorizando o passado histórico, com os olhos voltados para o futuro. No culto as tradições de nossos antepassados reverenciamos as suas maiores façanhas e relembramos saudosos, tudo que nos deixaram de herança, desde os usos e costumes,os utensílios utilizados, o solo bendito e fértil, a ética, a moral e tudo que valorizamos.
O povo gaúcho é marcado pelo espírito hospitaleiro e solidário, povo trabalhador, de garra, força e coragem para empreender, pois foi educado para vencer.
Na vida econômica deste estado destaco a produção agrícola e pecuária inicialmente, como façanha dos nossos antepassados desbravadores e mais recentemente a indústria, o comércio e a prestação de serviços no setor terciário.
A cultura gaúcha deve ser viva, saudável e contínua. Nossa maior façanha está no fato de conseguirmos estar a serviço da dignidade humana, trabalhar a serviço da comunidade ou da irmandade humana, praticando o bem sempre.
Podemos destacar que por pesquisas realizadas, o povo gaúcho é o mais cívico do país, pois aqui sabemos cantar os hinos, interpretar suas letras e também destacar significativamente os valores desta terra nas letras de muitas músicas, principalmente as tradicionalistas.
O Rio Grande do Sul tem atualmente uma posição privilegiada no contexto nacional, com índices elevados de industrialização, mão-de-obra especializada e uma produção versátil, com matéria prima natural transformando mercadorias através da tecnologia. Ainda é considerado o estado com melhor qualidade de vida, devido a longevidade, a alimentação e hábitos saudáveis.
O povo gaúcho e suas façanhas
poesia de José Carlos de Aguiar, intitulada Rio Grande do Sul:
Venho do fundo do tempo,
Das formações e redutos
Sou concreto, absoluto,
No campo das formações
Agasalhando gerações,
Do nascimento até a morte,
Sou tenro, sou rijo e forte,
Sou berço das tradições.
Sou o Rio Grande do Sul,
Dos campos, serras e matas.
Sou o choro das cascatas,
De sangas, rios e riachos,
Sou fortaleza dos machos
Que se criam a lo léu,
Sou um pedaço do céu,
Estendido aqui embaixo.
Sou pradarias que marcam,
Distância longa de chão,
Já tive mato e capão,
Cobrindo várzea e coxilhas,
Sou sustento das famílias,
Como o que nasce do ventre,
O chão bendito que sente,
O tropel dos farroupilhas.
Sou a terra dadivosa,
Que tudo que planta dá,
Sou a flor do gravatá,
Que sai da planta espinhosa,
Sou formação religiosa,
Mais antiga que os jesuítas,
Sou a própria história escrita,
Sou terra e mãe carinhosa.
Nasce de mim o sustento,
Para todas as criaturas,
Porque o Senhor das alturas
Pela bondade me faz,
E me doando a vocês,
Sou a terra prometida,
Dou força, coragem e vida,
Fartura honra e altivez.
Sou o Rio Grande que fala,
Na voz de seus trovadores,
Sou léguas de corredores,
Onde cruzam tropeiros,
Pousadas dos carreteiros,
Lascas de canga e canzil,
Sou o garrão do Brasil,
Um estado brasileiro.