quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O povo gaúcho e suas façanhas

O povo gaúcho e suas façanhas

poesia de José Carlos de Aguiar, intitulada Rio Grande do Sul:


Venho do fundo do tempo,

Das formações e redutos

Sou concreto, absoluto,

No campo das formações

Agasalhando gerações,

Do nascimento até a morte,

Sou tenro, sou rijo e forte,

Sou berço das tradições.


Sou o Rio Grande do Sul,

Dos campos, serras e matas.

Sou o choro das cascatas,

De sangas, rios e riachos,

Sou fortaleza dos machos

Que se criam a lo léu,

Sou um pedaço do céu,

Estendido aqui embaixo.


Sou pradarias que marcam,

Distância longa de chão,

Já tive mato e capão,

Cobrindo várzea e coxilhas,

Sou sustento das famílias,

Como o que nasce do ventre,

O chão bendito que sente,

O tropel dos farroupilhas.


Sou a terra dadivosa,

Que tudo que planta dá,

Sou a flor do gravatá,

Que sai da planta espinhosa,

Sou formação religiosa,

Mais antiga que os jesuítas,

Sou a própria história escrita,

Sou terra e mãe carinhosa.


Nasce de mim o sustento,

Para todas as criaturas,

Porque o Senhor das alturas

Pela bondade me faz,

E me doando a vocês,

Sou a terra prometida,

Dou força, coragem e vida,

Fartura honra e altivez.


Sou o Rio Grande que fala,

Na voz de seus trovadores,

Sou léguas de corredores,

Onde cruzam tropeiros,

Pousadas dos carreteiros,

Lascas de canga e canzil,

Sou o garrão do Brasil,

Um estado brasileiro.


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